Como desenvolver destino turístico sem estrutura?

Recuperação da RS 427, estrada que dá acesso ao cânion Itaimbezinho é urgente para o desenvolvimento do turismo da região

 

A pavimentação asfáltica da RS 427, uma estrada de chão com condições extremamente precárias, em Cambará do Sul, é ponto fundamental para o desenvolvimento do turismo da região dos Campos de Cima da Serra. Estamos falando de 22 quilômetros. O assunto está na pauta desde os anos 90, mas a obra de pavimentação não avançou, mesmo entrando recentemente entre as prioridades do Governo do Estado, mesmo tendo recursos para recuperação de 11 quilômetros. Há um impasse de delegação de responsabilidade entre Estado e União no trecho que precisa ser resolvido para ontem. A recuperação da estrada, entre o centro de Cambará e a entrada do Parque Nacional dos Aparados da Serra, onde fica o cânion do Itaimbezinho, ajudará no desenvolvimento do turismo e, consequentemente, no progresso econômico da comunidade. Mas há impasses.

É preciso entender que o acesso facilitado é um dos principais pontos estruturantes para um destino turístico. Para que a experiência seja positiva e proporcione retornos econômicos às comunidades locais, é fundamental que o caminho tenha condições mínimas de circulação e que receba manutenções constantes. Melhorar as condições de acesso a este patrimônio natural é fundamental e vai além da parte turística. 

O Itaimbezinho faz parte de um geoparque mundial, o Caminhos dos Cânions do Sul, denominação recém-concedida pela Unesco. O geoparque, que na verdade é um consórcio de sete municípios gaúchos e catarinenses, trabalha pela conservação dos principais sítios geológicos, favorecendo o uso sustentável do ambiente e representando essencial incentivo à pesquisa científica. A RS-427 faz ligação com o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Essa via recuperada também possibilitará o fluxo pela Serra do Faxinal, tornando o acesso ao Itaimbezinho e Centro de Cambará do Sul simplificado para quem passa pelo litoral Sul catarinense. 

É mais do que necessário que alguma medida seja tomada pelo Estado, mesmo que seja judicializado o processo  para que o Ibama apresente uma solução. O mais difícil nós conseguimos: ter uma concessão de um local que é público é uma iniciativa privada interessada em fazer o investimento. São poucos quilómetros. Mas que impactam na concessão e na comunidade.  Prejudica todo o planejamento feito no começo. A Urbia chegou em 2021 quando saiu o processo de concessão e já existia o projeto de execução da estrada. A forma como está compromete a concessão em um projeto de 30 anos.  Precisamos de ajuda.