Fisioterapia pode ser a solução para problemas de tontura e vertigem

Para o fisioterapeuta Cleiton Beck, o diagnóstico correto é de extrema importância para o tratamento

Sabe aquela tontura que surge quando acordamos de manhã? Ela pode ser resultado do mau funcionamento do sistema vestibular periférico (conjunto de órgãos do ouvido responsáveis pela detecção de movimentos do corpo). O fisioterapeuta Cleiton Beck informa que os sintomas da labirintite e da chamada vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) costumam ser os mesmos, mas se tratam de patologias diferentes. Por isso, o diagnóstico é tão importante, a fim de que o tratamento seja feito da maneira correta.

 A VPPB é um distúrbio que, com o movimento natural ou rápido que exercemos com a cabeça, pode desencadear vertigem e tontura, além de náusea e enjoo. E é aí que se dá a importância do diagnóstico preciso, já que, segundo o fisioterapeuta, diferente da labirintite, os remédios não surtem efeito para o problema. “Trata-se de um sistema complexo e, por isso mesmo, pode ser mal diagnosticado, já que a medicação costuma ser o caminho mais comum”, comenta Beck, que trabalha com algumas das mais modernas técnicas.

Aqui, é importante destacar que o Brasil é um dos poucos lugares do mundo em que não se tem a cultura de consultar diretamente um fisioterapeuta, passando primeiro pelo médico, o que, para o profissional, não precisa ser tratado como regra. “O fisioterapeuta tem total condição de avaliar os casos  e indicar as melhores condutas”, orienta.

 

Teste é simples e rápido

Além do reposicionamento dos otólitos (pequeníssimos cristais de sódio soltos dentro do sistema vestibular) para tratamento da VPPB, o trabalho da reabilitação vestibular consiste em exercícios específicos, que têm como objetivo melhorar a interação entre o movimento da cabeça com o movimento dos olhos. Beck explica que o diagnóstico é feito por meio de testes padrão ouro no meio científico, muito simples e rápidos e que os resultados são excelentes já na primeira sessão.

“Avaliamos o histórico do paciente. É comum queixas de tontura ao virar a cabeça para o lado, ou com movimentos rápidos da cabeça. Normalmente o problema fica praticamente resolvido na primeira sessão, apenas em casos mais graves é que o tratamento se prolonga”, elenca o profissional. A reabilitação vestibular também tem excelente aplicação para idosos que contam com déficit de equilíbrio, por exemplo.

 

Paciente comemorou resultados já na primeira consulta

A fotógrafa Caroline Pruss, 29 anos, sentia fortes tonturas ao baixar a cabeça. “Acontecia em alguns momentos, como na cadeira do dentista, ou na academia, ao fazer abdominais. Como nunca havia sentido nada parecido, me assustei. Vi que não era normal. Até fiz exames de sangue para ver se faltava alguma vitamina”, conta.

Com o incômodo diário, Caroline passou a evitar alguns movimentos. Ao pesquisar na internet, viu que poderia estar com algo semelhante à labirintite, já que a tontura surgia a partir de alguns movimentos com a cabeça. Ela chegou a se consultar com um otorrinolaringologista, que disse que a fotógrafa era muito nova para ter sintomas de labirintite.

Caroline chegou ao consultório de Beck indicada por um neurologista, e já na primeira consulta foi confirmada a vertigem posicional paroxística benigna (VPPB). “No dia, fiquei sem movimentos bruscos. No outro, já fiz bastante movimentos com a cabeça para me certificar se estava tudo certo. E nunca mais senti tonturas. Ainda fui numa segunda consulta só para nos certificarmos se estava tudo certo mesmo. E sim, cem por cento”, comemora.

 

Sobre o fisioterapeuta Cleiton Beck

Cleiton Beck trabalha o conceito de Fisioterapia com Excelência e Baseada em Evidências, utilizando técnicas modernas, sempre desenvolvidas com embasamento científico, diferenciando-se da fisioterapia “tradicional”. Além da reabilitação vestibular, entre os serviços estão, por exemplo, a terapia por onda de choque, utilizada para o tratamento de dores ósseo-musculares crônicas; a termografia, equipamento que capta luz infravermelha e possibilita identificar lesões no início ou sobrecarga muscular; o Méthode François Soulier de Quiropraxia Instrumental para ajustes articulares; e o Dry Needling, ou agulhamento a seco, que consiste na terapia manual intramuscular para pontos de dor. Ele também atua há 11 anos na UTI do Hospital São José da Santa Casa, em Porto Alegre.